8 de março de 2007

Em tempo...

Ah, e, antes que eu me esqueça, feliz Dia Internacional da Mulher. Ainda não descobri qual grande mudança (além de ganhar uma rosa a mais por ano) essa data trouxe à vida das mulheres, mas se elas gostam, que se pode fazer?
Abraço a todas as mulheres que conheço.

Não consigo pensar em nenhum título que me agrade.

Ontem estava eu, tomando meu desjejum e assistindo ao Bom Dia, Brasil (embora os editores não lancem mão da correta pontuação). Gosto de assistir TV enquanto mando para dentro o meu pãozinho de todo dia. Como não podia deixar de ser, o jornal tinha que falar sobre o caso da garota de 13 anos que foi morta em um fogo cruzado. Tal atitude já era esperada. O que eu não esperava é que o Alexandre Garcia é que ficaria responsável por fazer uma espécie de crônica acerca do assunto.

Não tenho nada contra o velhinho, devo dizer. Certa vez ele teceu uma crônica realmente boa sobre a educação no trânsito que possuem os brasilienses. Não digo que os brasilienses sejam tão educados quanto o texto do Garcia nos fazia acreditar, mas são bem mais educados que motoristas de outras paragens, isso é fato.

Mas tergiverso. O que eu gostaria é de comentar sobre o que ele disse a respeito do acontecido no fogo cruzado. Antes de mais nada, devo dizer logo que não estou do lado dos bandidos. Também não sou partidário da polícia. Preciso dizer que não sou governista, tampouco? Ótimo. Vamos ao que interessa.

O caso é relativamente simples: bandidos em um dos tantos morros deste País atiram contra a polícia, que responde ao fogo inimigo e, no meio da bagaça toda, pessoas que não tinham nada a ver com a refrega saem feridas. Inclusive uma jovem garotinha de 13 anos, que foi-se para outro plano em decorrência de um male muito comum, o cientificamente conhecido por “chumbo nos córneos” (chumbo esse que ainda não se sabe se foi disparado pelos bandidos, ou se foi “fogo amigo”).

O fato é que o jornalista criticou a ação da polícia pelo fato de a mesma ter aberto fogo contra os bandidos (que abriram fogo contra a polícia primeiro, há que se salientar). Tudo bem. Os meganha poderiam ter evitado a chuva plúmbea. Bastava terem ficado quietinhos no seu canto, sem incomodar os bandidos. Mas aí, provavelmente, as pessoas reclamariam que a polícia não age contra a violência, que faz vista grossa e corpo-mole. Tudo bem, ninguém nunca está satisfeito, não dá para agradar católicos e mulçumanos e essas coisas. Se a polícia dá caça aos bandidos, age com violência; se não faz o seu trabalho age com indolência. Juro que não entendo.

Sabe, acho que vão descobrir que a bala que atingiu a garota partiu de um “puliça”. Coitado. Vai responder a processo que será movido pelo Ministério Público e, talvez, seja expulso da corporação, que não lhe paga bem, mas mesmo assim ele continua lá, cumprindo o dever cívico de proteger a população do jeito que der (coisa que poucas pessoas têm a moral de fazer, mas que reclamam assim mesmo). Isso se não for preso por homicídio, claro. Ninguém liga se o cara estava no “estrito cumprimento do dever legal”. Não. Dane-se o fato de o cara ser treinado para ações como essa e, infeliz e inevitavelmente, vem a acontecer um acidente como esse. E daí, não é mesmo? Matou uma criança inocente? Caixão, meu filho!!!

Devido ao conteúdo do que já foi dito e do que ainda está por vir, provavelmente alguém vai dizer: queria ver se fosse alguém da sua família. Eu respondo: eu ficaria muito puto, mas sou uma pessoa superior e racional e, portanto, acho que o sacrifício de uns poucos em prol da sociedade é necessário. Atente bem que eu não disse aceitável ou perdoável, disse necessário. Os traficantes habitam os morros e as favelas exatamente porque é ali que eles possuem a maior proteção. Quem vai ter coragem de mandar uma bomba numa favela para acabar com essa raça de bandidos de uma vez por todas e correr o risco de matar mais um monte de inocentes no processo?

Ninguém tem culhão para fazer algo assim. Exatamente por conta da repercussão negativa que isso dá. Coitados dos policiais, cara. Ter de cumprir o dever que ninguém valoriza. Na maioria das vezes ainda critica. Não estou do lado da polícia, repito. Mas acho que as pessoas deveriam pensar mais com a cabeça e menos com o coração. Toda essa comoção estúpida que as emissoras de TV propagam e que os telespectadores acolhem como se fosse a verdade universal me enoja.

Admito que a política de “arrebentar tudo e matar todos os bandidos” não é apropriada. Aliás, não é nem inteligente. Mas qual é a outra alternativa? Deixar os bandidos tomarem conta (não que eles já não o façam, afinal o que temos como governantes, senão bandidos)? Acho que também não é muito sábio esse caminho.

Só vim aqui para deixar minha opinião sobre o que o Alexandre Garcia disse no jornal. Não gostei, pois é a posição mais fácil de se assumir. Quero ainda viver para ver um jornalista que seja macho suficiente para chegar e falar: em um fogo cruzado entre policiais e bandidos uma garotinha de 13 anos foi morta; e daí? Se os policiais não estivessem fazendo seu trabalho, os bandidos poderiam matá-la outro dia. A violência não tem limite e enquanto a polícia não puder cumprir o seu dever sem medo de represálias ela só tende a aumentar.

Eis aí em cima, senhoras e senhores, uma nota que eu aprovaria e que colocaria no meu blog com muito orgulho. Vamos pensar um pouco por nós mesmos e chegaremos à conclusão de que só a revolução dá jeito nesse País.

4 de março de 2007

Talento

Sério mesmo. É difícil demais manter um blog. Eu não escrevo bem. Como eu sou meu maior crítico, ou melhor, o único crítico, já que escrevo para mim e não me importo muito com a opinião de quase ninguém acerca deste triste fato que é não conseguir escrever bem.
Não tenho a pretensão de ser um escritor do calibre de algum imortal. Não. Em absoluto. Mas gostaria de ficar feliz com o que escrevo. Sou muito exigente, neste ponto.
O que me resta, então? Me contentar com o trabalho que faço e tentar me aperfeiçoar através da prática, para um dia conseguir ler um de meus textos e dizer: "Caráleo! Finalmente aprendeu a escrever, hein?".
Quando digo saber escrever, não me refiro à mera junção perfeita de letras e símbolos para compor palavras, frases e estas, por sua vez, criarem um texto coeso. Não. Isso eu sei (penso). Quero transmitir emoções. Ler meus textos e me sentir alegre quando a história assim estiver, me sentir apreensivo quando o texto o exigir. Ficar com raiva eu já consigo, afinal é só ver o que eu escrevo e já me bate uma vontade de quebrar as mãos do pseudo-escritor. Não o faço pois preciso das mesmas para executar outras tarefas, tais como me alimentar e cometer a heresia de achar que entendo de música ao tocar meu baixo. Uma coisa já descobri: não tenho talento nenhum para nenhuma das duas coisas (me refiro a escrever e tocar baixo).
Talvez não seja totalmente falta de talento e sim uma completa falta de imaginação, criatividade, entende? Não consigo criar histórias que sejam dignas de nota. Aliás, até consigo criar, mas não consigo dar forma, e esse é que é o problema: não consigo desenvolver temas que seriam bastante legais nas mãos de alguém mais competente.
Por tudo isso é que me pergunto se vale a pena manter esse blog. Acho que sim. Quanto mais eu me obrigar a escrever e procurar desenvolver essa habilidade (que não nasceu comigo, conforme se vê) para poder dar o devido corpo às minhas idéias. Mas é isso aí. Vou continuar lutando contra minha inaptidão tal qual Dom Quixote contra seus gigantes movidos a vento.
E um dia eu faço um template condizente com esse blog. Basta eu aprender a trabalhar com esse tal de HTML. Por enquanto, vou ficar com esse que taí mesmo, que tá legal. Até uma próxima vez.