26 de abril de 2008

Humans don't fly.


Sobre o título, significa, para aqueles não versados na língua mater do Iron Maiden (tá eu também não falo inglês, mas o blog é meu e me dou o direito de fazer uma gracinha, às vezes), "Humanos não voam". Eu pensei em fazer algo que ficaria engraçadinho e que remeteria, imediatamente, a uma outra tentativa de vôo frustrada: a da menina Isabella. Infelizmente não consegui pensar em nada, então criei este parágrafo só para dizer que sim, acho uma tremenda piada tudo o que tem acontecido no País ultimamente. E por que todo mundo quer voar?


Não bastasse a palhaçada sobre o caso Nardoni, resolveram, na última semana, ficar enchendo o saco por causa do padre que se pendurou em um monte de balões de festa. Na boa, Prêmio Darwin com louvor para ele, que esse mereceu (embora eu acredite que ele não geraria descendentes mesmo, afinal era padre).

Para quem não passou pela Via Láctea nos últimos dias, esclareço: um dia desses aí aparece um padre que queria bater o recorde (ou seria récorde?) de "permanência no ar pendurado em balões de festa". Eu não sei de todos os detalhes, como, por exemplo, como ele pretendia guiar sua geringonça, onde iria pousar e como ele faria isso, mas acho que não houve o devido planejamento por parte do asno padre.

Aí, o que ocorre? O cara perde o controle (se é que o controle existiu em algum momento) dos balões, é levado para o mar e perde contato com o continente. Alguma dúvida de que ele foi fazer companhia para o Ulisses Guimarães? Não, né? Morreu mesmo.

Eu sei que isso não deveria ser engraçado, mas algum mané na televisão teve a manha de falar para o repórter que tinha esperança de encontrar o padre vivo, "esperando em alguma ilha perdida por aí". Cara, acho que eu nunca tive um acesso de gargalhads tão violento. Olha só o tamanho da estupidez do cara. ALÔ! Você já deu uma olhada no mapa do Brasil? Tem mais de 500 anos que chegaram por aqui. Você acha mesmo que já não rodaram a faixa de mar territorial inteira do País, mapeando todas as ilhas existentes? Só uma pessoa muito obtusa falaria algo assim.

Bom, talvez não seja obtusidade. Talvez seja apenas a fé humana se apegando a qualquer migalhazinha de esperança para não sofrer. Se as pessoas se ligassem que todo mundo morre e que isso é inevitável, talvez não sofreriam à toa. Aliás, se esse indivíduo que falou esse lance aí da ilha perdida raciocinasse direito, saberia que, na verdade, era isso mesmo que o padre queria: ir para mais perdo do Criador.

Pensa comigo: o cara sobe em um amontoado de balões de festa, dos quais ele não tem o menor controle, posto que os mesmos vão para onde o vento levar, não tem, até onde vi, nenhuma experiência com aparelhos planadores (asa delta, pára-quedas, essas coisas) e não planeja nem um limite de segurança para o caso de os balões o levarem para o mar (esse limite seria algo como: se eu me afastar dois metros da praia, eu estouro os balões para não morrer em alto-mar). Coisa que qualquer ser com o mínimo de inteligência faria.

Mas ele não o fez. Por que? Porque o cara queria mesmo era morrer. Era um suicida, o padre. Só por isso. E ainda ficam aí os manés movendo toda a guarda costeira (marinha, eu sei...), bombeiros, gastando uma grana medonha (do Estado, ou seja, minha e sua também) para tentar resgatar uma cara que simplesmente decidiu morrer.

Cara, juro que não tenho nada contra suicidas: quanto mais deles, menos pessoas no planeta e menos o Efeito Estufa vai atrapalhar minha vida. O que me incomoda é toda essa mobilização para se salvar um idiota. Se o cara quis se matar (e esse conseguiu), para quê ficar toda essa babação na TV e essa trabalheira toda? Na boa? Nunca vou entender o ser humano. O cara quer se matar, deixa, velho.

Não, senhoras e senhores, não sou a favor do suicídio, assim como não sou a favor do aborto. Quando digo que não sou a favor, quero dizer que eu não faria (tá eu não teria como fazer um aborto mesmo que quisesse, afinal homens não engravidam), mas não vou tentar impedir alguém que queira. Lembrem-se: eu sou a favor da liberdade. Mais que a vida, a liberdade é o bem mais importante que temos. E ser livre é isso: poder fazer o que quiser da minha vida, desde que eu não prejudique terceiros. Se o cara quer se matar, é problema dele. É ele quem vai ter que acertar as contas do outro lado, não eu. Então, foda-se!

Quanto ao Prêmio Darwin citado no primeiro parágrafo, para quem não sabe, trata-se de uma brincadeira, em que se distribui, ficticiamente, congratulações para qualquer um que consiga se matar (ou ficar estéril) fazendo uma burrada muito grande. Bom, acho que o padre dos balões preenche esses requisitos.

Aliás, o site Darwin Awards (precisa mesmo traduzir isso?) até já tocou no assunto e está só aguardando a confirmação (o corpo, né?) de que a estupidez foi consumada para premiar o indivíduo e colocá-lo no seleto rol dos imbecis.

Abraços.

23 de abril de 2008

Como nos velhos tempos...


Atualmente eu tenho me sentido cada vez mais um romano. Não, nobre leitor, você não leu errado: é romano mesmo. Mais para frente fica tudo explicadinho, como sempre. Por enquanto vamos nos ater a alguns fatos que, apesar de parecer teoria da conspiração, não passa de uma qualidade que o pessoal da TV tem que eu invejo demais, que é o senso de oportunidade. Não entendeu, né? Explico no próximo parágrafo. A ele, então!

Eu não acredito e simplesmente não consigo achar sequer minimamente racional se acreditar em algo como o acaso ou a coincidência. De fato, coisas desse tipo não têm como existir. Não fazem sentido. Entretanto, olhem só como é o nosso País e vejam se não tem algo de estranho nos fatos narrados no próximo parágrafo (é, eu tenho compulsão por fazer parágrafos, qual é o problema? Tem gente que é vascaíno, corinthiano e outras coisas de "segunda" linha, oras...).

Há algum tempo (bem pouco tempo, se bem me lembro) houve uma fiscalização finalmente levada a sério e descobriu-se que havia algo de estranho no reino dos cartões corporativos. Gozado que, quando a CPI começou a arrochar mesmo, já tendo convocado convidado a senhora ministra-chefe da Casa Civil para depor perante os parlamentares, misteriosamente as TVs, jornais e revistas (salvo algumas louváveis exceções) deixaram de dar destaque para o ocorrido, ocupando sua programação com assuntos de menor importância, mas com impacto fulminante nos corações dos fracos e imbecis em geral, que ainda não entenderam que todo mundo morre um dia; gente que ainda se comove com a morte de quem não é sequer amigo, quanto mais parente seu.

Sim, caríssimo visitante, é isso mesmo que você, do alto de sua sapiência, está pensando: estou falando (mais uma maldita vez, devo reconhecer) do caso Isabella Nardoni. Essa guria não podia ter escolhido hora melhor (na visão dos políticos e da mídia em geral) para brincar de (coloque aqui o nome de qualquer super-heroína que possa voar, pois não me lembro de nenhuma agora). É um homicídio de uma criança, onde há a possibilidade de ter o mesmo sido cometido pelo pai ou pela madrasta da menina? Sim, esse é o caso. E daí? É só mais um caso, entre tantos que não são noticiados. Violência doméstica é algo tão banal em nosso País que foi editada a Lei 11.340/06 (conhecida com Lei Maria da Penha) para tentar coibir ao máximo a violência doméstica contra a mulher (criança também entra na conta, aqui). Se fosse uma coisa esporádica, fora do comum, as leis que existiam antes da 11340 seriam suficientes. Violência doméstica é, infelizmente, uma coisa normal, hoje em dia em nosso País. Tanto é uma coisa comum que, dois dias depois de Isabella, teve outra criança, não lembro onde, que foi jogada de um prédio.

[mode "alerta contra imbecis que não entendem o que lêem": on]

Não estou aqui dizendo que concordo com a violência doméstica. Não concordo e acho que o cara que espanca a família tem levar uma boa sova dos meganha, de quebrar ossos, para entender o significado da palavra covardia. Mas o fato de eu não concordar com determinada prática, não quer dizer que eu tenho que ser um mané e fingir que isso não acontece. Acontece sim, todos os dias e bem mais do que vocês possam imaginar. Portanto não percam seu tempo me atacando dizendo que eu fasso apologia à violência doméstica, ou que eu sou um fã do casal Nardoni, porque eu não faço e não sou.

[mode "alerta contra imbecis que não entendem o que lêem": off]

Perceberam o que eu estou dizendo? A mídia estava noticiando cada passo dos cartões corporativos que se a vida deles dependesse disso. Do dia para a noite tudo muda. Acontece de uma menina totalmente comum tentar voar do sexto andar do prédio onde morava e isso se transformar numa história de assassinato que envolve ciúme, possessividade, inveja, amor e ódio... Enfim, todos os ingredientes que fariam uma novela mexicana (ou do SBT, tanto faz) de sucesso. E param de noticiar (ou reduzem o espaço de tais notícias) sobre o que realmente importa: que fim vai levar aquele bando de safado que sempre dá um jeitinho de se utilizar do NOSSO dinheiro para seus próprios fins.

OI! Volta para a realidade, filho!

O que ocorre realmente é que, certamente, houve alguma pressão de políticos interessados na não continuação da CPI ou da não punição dos culpados sobre os meios de comunicação massivos (a televisão, principalmente) para que dessem um jeito de não ficar em cima das investigações e apurações de eventuais desvios feito com o uso dos tais dos cartões (aliás, quem foi o ser tremendamente estúpido que inventou de dar cartão de crédito a político?).

Aí é que vem a qualidade da mídia que eu invejo: o senso de oportunidade. Os caras foram capazes de transformar um caso banal no mais brutal crime já cometido no País. Eles tiveram a manha de ocupar mais de 1/3 da sua programação (no caso das TVs) só com notícias (na maioria das vezes, absolutamente irrelevantes) sobre o andamento do caso Isabella Nardoni. Até eu entrei nesse estapafúrdio círculo, já tendo falado do mesmo assunto mais de uma vez, coisa que é rara por estas plagas.

Aí, na boa: sou eu, ou realmente há algo de estranho acontecendo por aqui? Não é possível que seja coincidência e não acredito que alguém matou aquela (justamente aquela) guria só para encobrir as merdas que o governo faz. Só o senso de oportunidade explica isso. Mas vejam que é extamente o que está parecendo.

[momento viagem: on]
Até visualizo os deuses (aliens) concatenando lá em cima:

- Caráleos, já estão chegando perto com esse negócio de CPI. O que podemos fazer para que ninguém nos descubra?
- Sei lá. Vamos tentar chamar a atenção do estúpido povo brasileiro para alguma outra coisa. O que faz sucesso nesse País de sub-cultura?
- Carnaval, bunda, final misterioso de novela e copa do mundo...
- Ah, que saudade daquela Odete Roitman! Lembro que muita merda que os políticos da época fizeram ficou por isso mesmo. A Constituição Federal, por exemplo. Quer demonstração maior de manipulação do povo em favor dos parlamentares? A CF pode, tranqüilamente, ser chamada de mãe pelos políticos do País, graças às prerrogativas de foro e outras putarias que envergonhariam até o Al Capone.
- É, foi jogada de mestre aquela.
- Mas não tem nenhuma novela que seja tão interessante e que tenha um mistério razoável, como teve em Vale-Tudo. O carnaval também já passou. Isso não ajuda em nada. A Copa vai demorar. Bunda é algo que ainda desperta alguma atenção, mas não é como antigamente: hoje em dia, toda mulher mostra a bunda por aí, então nem causa mais comoção.
- Então, que tal... Que tal um crime bárbaro?
- Taí, essa é uma boa idéia. Como vai ser?
- Sei lá. Vamos matar uma criança e fazer parecer que foi o pai dela. Os humanos não podem nos ver mesmo, então todos vão achar que foi ele mesmo. Só que nós precisamos é de uma boa cobertura da mídia.
Eis que entra o ilustríssimo senhor Roberto Marinho e diz:
- Sem problema, chefia! Minha Rede vai noticiar isso 24 horas por dia.
Não bastando um pilantra, aparece também o ACM e diz:
- E eu manipulo os números do IBOPE para as outras emissoras ficarem com inveja e noticiarem também. Tenho larga experiência com placares eletrônicos e essas coisas...
[momento viagem: off]

Eu sei que não existem deuses e que, caso eles existissem, Roberto Marinho e ACM certamente não estariam no céu com eles. Mas parece que foi tudo armado. E vocês ficam aí, tentando descobrir quem matou a Odete Roitman Isabella Nardoni, com o que tem acontecido com os BBBestas e o que está acontecendo nas novelas e pseudo programas de humor (sério, Dado, Zorra Total e Toma lá Dá cá não têm nenhuma graça...).

Sério mesmo. Por que a gente não faz logo a Revolução, hein? Eu acho que os políticos são vão melhorar quando começarem a aparecer cabeças de parlamentares em estacas na porta do Congresso. E o povo só vai aprender a dar valor na sua liberdade e nos seus direitos quando vier uma ditadura e lhes tirar tudo isso. Também não gosto de totalitarismo, mas acho que toda forma de governo é justa, quando é em prol do povo. Sério, velho, eu quer ditadura já... É o único jeito de fazer o povo se preocupar com o seu futuro e com o futuro do País.

Nas últimas ditaduras as artes brasileiras floresceram para algo realmente bom, como a Bossa Nova e a Tropicália, por exemplo. Em nossos tempos de democracia (é isso mesmo, democracia significa sistema de governo do demo...) o que temos é o axé, o funk carioca, a Kelly Key e o Latino. Shame on you, Brazil!

É por isso que me sinto um romano: eles estão usando da velha tática dos Césares, que é a “manobra pão e circo”. Explicando: o imperador (não, não é o Adriano, ô asno), que no caso é aqui representado pelo Presidente, concede ao povo (eu copiei a idéia desse link do blog Catarro Verde, cujo link se encontra no lado direito de quem está lendo isso), mediante políticas assistencialistas, o que comer (bolsa-isso, bolsa-aquilo, bolsa-aquiloutro...) e, através de um jogo político com os meios de comunicação, oferece ao povo a diversão necessária para que fiquem encobertas as falcatruas. Coisa de gênio, não? Não! É coisa de bandido, mesmo.

Abraços e não durmam tranqüilos, pois vocês estão sendo enganados e tratados como os imbecis que são e, como manés que também são, não vão fazer nada para mudar isso. Na boa, o que é mais importante? O julgamento de um assassino que cometeu um só crime contra uma única pessoa, ou a punição exemplar de quem traiu nossa confiança no Poder e ainda tenta nos fazer de otários? Eu tô me lixando pra Isabella; eu quero saber é da Dilma e do Renan...

22 de abril de 2008

Um corpo que cai.


Estou, neste momento, inaugurando uma nova seção aqui na Toca. Trata-se, como diz o título-mais-óbvio-impossível, de algum caso com relevância jurídica, ou não, que me interessou de alguma maneira e eu gostaria de comentar alguns fatos ao caso relacionados. É, eu sei que não é nenhuma novidade isso, pois eu já fiz algo parecido no post sobre os bandidos que invadem prédios públicos. A diferença é que, agora, isso vai ser uma espécie de coluna fixa e periódica, embora não seja possível determinar a freqüência da mesma.

O caso de hoje (parece introdução ao Linha Direta, eu sei, não foi proposital) é o famosíssimo caso Isabela (ou Isabella, ou Isabele, ou Isabelle, tanto faz, vocês sabem quem é, ou foi...). Então, esse é um caso legal, não só porque está dando um certo trabalho para os advogados, mas por tudo o que acompanha o caso, como a super-exposição da família, os repórteres tumultuando tudo e a burrice comum ao brasileiro, tratando tudo como se fosse sua novela preferida.

Vamos por partes, como poderia dizer o Dr. Farah (bem lembrado: o caso Jorge Farah também é divertido e talvez mereça aparecer por aqui, um dia). Continuando, vamos falar da exposição da família na mídia e, ao mesmo tempo tudo junto, dos repórteres tumultuando tudo. Isso, claro, no próximo parágrafo, ou este aqui corre o riso de ficar titânico. Então mexa na rodinha do mouse, faz favor.

Bem vindos a este parágrafo! Todo mundo sabe, ou deveria saber, que nossa Constituição Federal (CF) garante a todos (ouviram bem: a TODOS) o direito à imagem e à intimidade. Só pelo que eu disse até aqui já dá para achar alguns pequenos deslizes que acompanham o caso da guria que virou notícia e que todo mundo tá com peninha dela, tadinha. Em algum momento a família Nardoni teve algum sossego, desde o passamento da menina? Os malditos dos repórteres estão em cima deles o tempo todo, na porta do prédio onde se deu o ocorrido, na porta da delegacia, onde quer que eles tentem ir, lá está um desses expemplares de que a natureza, ao contrário do que Darwin acreditava, não é perfeita.

Apesar de nossa CF nos conceder certos direitos, tem gente que não tem a menor noção de respeito e acaba violando os mesmos. É inadmissível o que acontece frente à delegacia. Aquele bando de sanguessugas na porta barrando a passagem do casal que tem que ir lá dentro prestar depoimento é abominável. Se eu estou no lugar do depoente, já chegaria acompanhado de alguns amigos e baixando o pau nos fotógrafos, cameramen e qualquer um que quisesse se aproveitar da minha imagem sem minha autorização.

"Nossa, como você é troglodita! Vem cá, seu neanderthal, você já ouviu falar em liberdade de imprensa?"

Sim, ó pacóvio, já ouvi falar em liberdade de imprensa. Sabe o que eu acho? Uma tremenda de uma bosta. Não tenho nada contra quem quer veicular notícias. É um direito da população receber notícias e se manter informada do que está ocorrendo pelo mundo. Mas a sua liberdade de imprensa, como qualquer direito que exista, não é absoluto. O direito à informação não pode passar por cima do direito à imagem e à intimidade. Vocês, repórteres (que chamaria de filhos do demônio, caso eu acreditasse na existência do mesmo), estão violando um direito constitucionalmente garantido e, sendo eu o advogado do casal Nardoni, vocês já estariam pagando uma módica quantidade de dinheiros por devassar, sem nenhuma razão ou direito, a intimidade da família. E não me venha com "questão de relevância pública" que isso não cola e vocês não são o Poder Judiciário para resolver o que é ou não caso de desconsideração, em favor da coletividade, de alguns direitos individuais.

Bom, já falei um pouco do que penso acerca de dois aspectos do caso. Agora vem o mais divertido, que é xingar o povo brasileiro, um esporte que dá muito prazer e deveria ter até Copa do Mundo, ao invés dessa besteira de ficar vendo 22 manés correndo atrás de um objeto sem nenhuma utilidade prática, feito uns cachorrinhos brincando com o dono. Patético, esse negócio de futebol.

Mas sim, eu ia começar a falar mal do brasileiro. Então vamos lá. Brasileiro é um povo burro mesmo. E, confesso, não fiquei nada surpreso ao ver, em algum jornal televisivo qualquer, que um grupo de pessoas tentou invadir o prédio em que o casal Nardoni está hospedado. Não fiquei supreso, porque sei que tem gente que é tão estúpida que fica dando conselhos para os atores bonzinhos da sua novela preferida, confundindo, como só os otários conseguem, o ator e a personagem. Tem quem chegue ao absurdo de agredir o ator que representa o vilão de uma novela, tamanha é a incapacidade desta pessoa de separar a realidade da ficção. Um dia vou dedicar um post só a esse tema.

Para quem ainda não sabe do ocorrido, ontem um grupo de indivíduos (não tenho coragem de chamar tais animais de pessoas) tentou entrar no prédio onde se encontra o casal Nardoni pela garagem, aproveitando-se do momento em que um outro morador do prédio estava saindo. Isso sem falar dos inúmeros cartazes que outros elementos deixam pelo muro do prédio, dando ao porteiro e ao segurança do mesmo o trabalho extra de limpar a fachada do prédio que os medíocres fazem questão de sujar.

AÍ! Teve um grupo que tentou invadir um prédio particular para atacar o senhor Alexandre Nardoni! Sou eu, ou as pessoas estão gostando desse negócio de invadir os lugares, achando que estão certos? Não estão não! Quem entra em propriedade que não é sua sem autorização é bandido. Organizar um grupo para cometer crimes é formação de quadrilha. Tá lá no Código Penal, pode olhar.

"Ah, tio Lontra, mas no CP está escrito 'crimes'; eles só queriam cometer um crime, que é bater no Alexandre até ele ficar irreconhecível, então isso não é formação de quadrilha."

Como você é inteligente! Ô, anta, são pelo menos dois crimes envolvidos, ou você acha que eles vão ser convidados pela família a entrar? Lógico que não. Então estamos falando de uma invasão de propriedade privada e de um linchamento. São dois crimes, então se alguns bandidos se unem para cometê-los está caracterizada a formação de quadrilha. Ou grupo de extermínio, se eu fosse o Promotor do caso. Grupo de extermínio não tem certas regalias.

Vem cá! Algum dos envolvidos na invasão é parente da Isa? Acho que não. Então, oh, Senhor, o que é que esse povo tem a ver com o negócio? Por que é que não vão cuidar da própria vida?

A resposta (sim, é uma só) para essas perguntas é simples: porque brasileiro é burro. Mas não é burro "só triscando" não, como dizem por aqui. É um povo burro com força. Velho, acorda! Nem eu, nem você, nem ninguém tem nada a ver com isso. Você me viu fazer uma só crítica ao casal Nardoni neste texto? Não, porque eu não tenho nada para falar contra eles. São pessoas de bem e devem ser tratados como tal, pois isso é outro direito constitucionalmente garantido: o direito de não ser considerado culpado até o advento de sentença condenatória transitada em julgado.

"Ah, Lontra, mas a polícia já disse e já provou que foi o pai da menina que fez isso, então ele é culpado sim."

Não, ô sua mula, ainda não é culpado de coisa nenhuma. A CF diz claramente "após sentença transitada em julgado", o que quer dizer que tem que ter a Ação Penal ainda, o que nem começou. E não basta só isso. O juiz tem que declará-lo culpado e essa declaração tem que se tornar irrecorrível, só aí é que o réu de um processo pode ser tratado como culpado. Até lá, ele é inocente e é uma pessoa de bem, como já falei antes. Aqui não vale o popular "inocente até que se prove o contrário". A prova já está aí, mas nenhum juiz falou a respeito, então eles são inocentes.

Senhoras e senhores, tomem muito cuidado com o que vocês dizem por aí. Se algum de vocês disser "foi o pai que matou a menina" e o juiz (no caso, o júri) declará-lo inocente, você cometeu o crime de Calúnia, que é acusar alguém de ter cometido um crime que essa pessoa não cometeu. E você pode responder por isso penalmente e ainda ter que pagar uma indenização por danos morais, por chamar alguém inocente de criminoso.

Acho que é só (só, você diz?) isso. Comentem à vontade, mas não se esqueçam que os comentários aqui são moderados. Não, eu não vou censurar sua opinião (é, significa que você pode discordar de mim e até me xingar), mas vou censurar seu comentário se for muito ofensivo a outros comentaristas. É claro que eu estou supondo que alguém vá ler este texto, o que duvido, mas, se alguém o ler e quiser comentar, já estão avisados.

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17 de abril de 2008

Um apartamento do barulho...


Semana passada houve algo como um desfecho para o caso do reitor da UnB, um mané lá que esqueci o nome, porque é nome de gringo e nome de gringo eu não guardo muito bem, mas acho que podemos chamá-lo de Tim. É, acho que pode sim porque eu lembro que o nome dele tinha algo a ver com isso aí.

Então. O Tim, como todos sabem, redecorou todo o apartamento dele com tudo do mais caro que ele conseguiu encontrar. O cara deve ter alguma ascendência árabe, porque Turco não gasta assim, mas o pessoal de Dubai pagaria uns mil "conto" numa lixeira. Se não me engano, o hotel barrigudo que os caras fizeram lá na terra deles (é, a terra lá é deles mesmo, afinal foram os sheiks de lá que fizeram a bagaça toda, né?) tem um monte de pinduricalho de ouro, prata e o escambau. Lixeira de mil "conto" é mixaria.

Mas eu estava falando do Tim. Pois é, o Tim tentou fazer o mesmo com o imóvel em que ele morava. Sem problema, afinal cada bicha tem o direito de ter a decoração afrescalhada que quiser. O único problema do cara é que "parece" que ele usou dinheiro público para isso. Tá o problema não é ter usado o dinheiro público para fins privados, que se isso fosse problema o Congresso estava na mais profunda merda. O problema foi ele ter sido pego fazendo isso. É, ser pego cometendo um crime realmente é um problemão.

Aí os estudantes da UnB fizeram o que qualquer mente inferior (um dos vestibulares mais difíceis do País e os caras me fazem um papelão desse...) faria: invadiram a reitoria. Cara, eu sou liberal, quando o assunto é política, mas não me fala de invasão e baderna não, porque aí eu engrosso. Quem invade qualquer coisa (terra, casa, reitoria...) é bandido. É bandido sim! Invadiu tem que levar borracha. Tô falando sério! Pergunta para o capitão Nascimento.

Foi mal. Não era para entrar no mérito da forma de protesto (mal) escolhida pela elite cultural do País (cof, cof...) que vim aqui hoje. Vim porque eu me lembrei de um episódio ocorrido no ano que passou. Para quem não se lembra, outra elite cultural de Pindorama, só que lá da USP, também invadiu o prédio da reitoria de lá. É, se achavam os mártires da democracia, os imbecis. É isso mesmo que você leu. Imbecis. E bandidos, né? Onde já se ouviu falar de alguém invadir um prédio público, impedir o funcionamento do órgão ali existente e ainda ficar posando de herói da resistência? Tudo bandido.

Também não era para criticar a (estúpida) forma de protesto dos caras de cu lá. É que é difícil controlar a vontade de chamar o BOPE para tratá-los como os imbecis que são e liberar o prédio esbulhado. Enfim, eu só passei para lembrar o motivo dos protestos dos paulistas. Para quem não sabe, eles ficaram enfurecidos porque o Governador de lá editou uns atos aí (que fazem parte de suas atribuições) e criou uma secretaria para fiscalizar a aplicação dos recursos repassados para as universidades paulistas.

Tem base reclamar por uma coisa dessas? Também acho que não, mas os manés, nossa "elite cultural", achou isso uma afronta à liberdade de direção das instituições de ensino. Mais uma vez, acho que os estudantes, no caso da USP, foram usados como massa de manobra pela diretoria e professores daquela instituição. Digo mais uma vez, pois os caras-pintadas também o foram. Era só a desculpa que os bandidos do Congresso queriam para tirar o Collor do poder. Duvida? Pergunta para alguém que realmente sabe o que aconteceu naquela época. Ou talvez só queriam aparecer no Jornal Nacional, vai saber. É, acho que os caras-pintadas também só queriam aparecer. Dizem que os ricos são um pouco mais carentes que nós, pessoas comuns. Não sei dizer.

Mais uma coisa é certa: vocês conseguem ver como os caras estavam errados? Imagine a sujeira que vai aparecer quando o Governo de São Paulo resolver fiscalizar de verdade as aplicações. Aliás, já começou a aparecer despesa na Disney e outras coisas pelo Brasil afora.

Vocês conseguem diferenciar a maturidade dos alunos da UnB para os da USP? Tudo bem, eu sei que ambos usaram um meio criminoso para protestar e deveriam levar borrachada por isso. Estou falando dos motivos dos protestos. Os estudantes daqui protestavam (estupidamente, eu sei que você já sabe, mas não posso perder a oportunidade de falar isso) para que o criminoso (o outro, afinal eles também o são, já que invadiram um prédio público e interromperam o funcionamento normal do órgão ali situado, não esqueçamos disso) fosse afastado do cargo e investigado até o último fio de cabelo, para que pudesse ser punido pelo "eventual" crime que houvesse, "eventualmente", cometido.

Os paulistas não, protestavam porque o Governo, no exercício legal das suas atribuições, queria investigar a fundo os investimentos lá feitos. Se o Governo não fiscaliza, o que pode ocorrer é justamente a aplicação indevida de recursos para fins privados, o que é inadmissível. Perceberam como os alunos da USP estão, moralmente, em grau de evolução inferior ao dos alunos da UnB?

Eu percebi. Ainda não concordo com o método utilizado (que é criminoso e eu vou repetir isso até meus dedos caírem e minha língua travar), mas pelo menos posso aprovar os motivos dos alunos da UnB. Espero que agora ninguém se esqueça dos alunos que protestaram lá na USP e que alguém os avise que é por conta do que o Tim fez na UnB que as contas das universidades paulistas têm que ser fiscalizadas sim. Espero, ainda, que eles se sintam envergonhados por levarem lição de moral do pessoal daqui.

E nunca se esqueçam que invadir propriedade é crime. Seja aluno invadindo reitoria, sejam aqueles vagabundos do MST (não gosto deles mesmo, e daí?), seja lá quem for. Quem comete crime, salvo as excludentes do artigo 23, é bandido e tem que pagar por isso. Falei acima das borrachadas porque me divirto vendo playboys se lascarem.

Abraços a todos.

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14 de abril de 2008

E por falar nisso...


Voltando ao assunto da moderação nas postagens, acho que ainda ficou alguma coisa para reclamar e mais uma regra ditatorial a divulgar.


Este, apesar da má utilização do vernáculo, é um blog feito na Língua Portuguesa do Brasil. À exceção dos comentários em qualquer outro Português que não o nosso brasileiro (afinal, se até nossa Constituição Federal dá um tratamento especial a eles, por que não eu?), não vou publicar qualquer coisa que seja "em estrangeiro", ou seja, qualquer comentário feito em uma língua que não a nossa "última flor do Lácio" (que era uma região feia, cheia da mais completa ralé daqueles tempos, mas que os gramáticos gostam de falar como se fossem os Elísios, ou o próprio Valhalla).


Não é que eu não conheça outros idiomas. Só não quero que isso aqui fique (mais) desorganizado. Eu entendo bem de inglês, espanhol, italiano e consigo até me virar com bastante razoabilidade no francês e no alemão. Só que o blog é em Português. Podem chamar de frescura, mas o blog é meu não quero me cansar traduzindo os comentários para poder entendê-los. É só isso. Preguiça, como chamam por aqui.


"Por que, titio Lontra, o Senhor resolveu falar sobre isso agora?"


Simples. Porque alguma alma muito angustiada e mais preguiçosa que eu (continue lendo que você vai entender) me fez um comentário em inglês. No mesmo comentário, a figura deixou um link (oportunista é isso aí) para o próprio blog. Como bom cristão que sou, fiz a caridade de ir lá dar uma conferida no material. É bem gay. Juro. Um negócio amarelo cervo que não me agrada nada.


Lá estando, olha o que é o destino, resolvi ler os comentários que deixaram para o figura.


[Nota mental: Ainda não falei que o blog do cara também é em português brasileiro, né? Pois é. O cara posta (cacofonia, eu sei) na língua de Paulo Coelho (é, para sacanear mesmo) e comenta no idioma do George Bush (sacaneei outra vez).]


Voltando. Lá estava eu, em seus (dele) comentários, quando, de repente e não mais que de repente, encontro um comentário de uma outra blogueira que questionava o figura sobre essa disparidade entre o blog e os comentários que ele deixa. A blogueira em questão identificava-se pelo nick Cacau. Fui ao blog dela, óbvio. Lá chegando, li um texto que muito me agradou. Nada mais justo que deixar um comentário para a moça, certo? Certo!


Oh! A surpresa das surpresas! Havia um comentário lá do mesmo figura que tentou comentar em inglês aqui. Não bastasse isso, o indivíduo fez o favor de deixar lá O MESMO (juro, é o mesmíssimo) comentário que tentou deixar aqui. Logo concluí o óbvio (conclusões óbvias são uma das minhas poucas especialidades): o Zé Ruela, ao invés de ler os blogs e comentá-los, como seria de bom tom, arrumou um programinha, como aqueles que deixam milhares de scraps no orkut, que faz uma porra d'uma mensagem padrão, em inglês, e a envia, indiscriminadamente, a todos os blogs da lista do Blogger. No caso, qualquer blog que termine em "blogspot.com" está sujeito a essa manobra vil e reptícia para atrair visitantes.


Cara, isso me irritou deveras. Apelidei o programinha do elemento de "gerador instantâneo de comments Tabajara, ínglixe verxion". Não tinha grana para comprar a versão nacional, nem o crack da mesma, então resolveu ficar só com a versão original mesmo.


É por isso que fiquei um tempão sem aceitar comentários. Para evitar que imbecis assim aparecessem por aqui. Afinal, se ele não pudesse comentar, certamente nem teria chegado aqui, pois é possível que esse "gerador Tabajara" liste apenas blogs que têm os comentários liberados, o que, com a ajuda de Loki, nunca mais vai ser o caso aqui. Aqui os comentários não são liberados; são restritos e devidamente moderados. Imagine a vergonha de ter um dos meus cultos leitores apreciando a porcaria que aquele mané sem criatividade para comentar escreve. Não, queridos amigos, não o permitirei jamais.


No mais, é só dar uma lida nas outras regras. O mais importante mesmo é que vocês saibam que este blog é meu. Superada essa fase, nossa convivência será das mais plácidas.


Abraços.

10 de abril de 2008

Em tempo...


Ah, sim. Já ia esquecendo. Os comentários estão razoavelmente liberados.

Razoável, pois a moderação está ativada. Não, não tenho medo de sofrer um processo por qualquer motivo que seja e, se desativarem este blog via judicial, dou um jeito de encontrar um publisher lá no cu do mundo e quero ver me pegarem. A moderação está ativa pelo meu simples prazer em controlar tudo por aqui, determinando quem tem, ou não, a honra de falar qualquer coisa por aqui.

E não aposte que eu não vou cortar comentários muito ofensivos, porque eu vou sim. Esse blog é meu e eu escrevo para mim. Se você estiver lendo este blog é bom que entenda isso logo, pois vai facilitar a minha vida e a sua. A minha pelo fato de eu não ter que perder tempo moderando seu comentário e a sua por simplesmente lhe poupar a humilhação de ser achincalhado em público por minha pessoa.

Só isso.

Abraços a todos.

Muito tempo...


Tem tanto tempo que não escrevo por aqui que quase não lembrei a senha (e não, não é swordfish...). Sorte que sempre lembro bem das coisas inúteis que eu faço. Ou azar, fica a critério de cada um.

Ocorre que eu queria ter escrito um texto em homenagem à virada do ano, mas acabei me entretendo com outras coisas menos importantes (tentar ganhar dinheiro, por exemplo) e não consegui fazer um texto. Nem meia-boca saiu, quanto mais um texto legal. Eu acho que ia continuar seguindo a linha do "todo mundo é babaca por dar importância a coisas tão imbecis", mas ainda não está saindo nada de útil.

É que não entendo certas coisas mesmo, já que todo ano nós temos A Virada e, ainda assim, mesmo com toda essa repetição, as pessoas continuam comemorando como se fosse a última. Os chineses eu entendo, afinal eles são loucos mesmo, mas, cara, nós somos a civilização ocidental, os donos do mundo, a cultura dominante, faça-me o favor! Não tem motivos para que nós continuemos com esses costumes arcaicos.

Mas isso é tema para o post de reclamação de fim de ano, então vou voltar ao assunto que me trouxe aqui, que é... Não sei. Eu simplesmente lembrei que existia esse troço aqui e resolvi passar por aqui para ver como é que estavam as coisas.

Por que que eu lembrei? Porque o Marconi mudou (outra vez) e eu me senti meio que na obrigação de mudar o link dele aqui. Acho que a culpa é desse post, que me deixou com vergonha de não atualizar meus links, às vezes. O resto está em ordem, penso.

Mas é isso aí. Foda-se geral e estamos de volta. Não sei quando volto de verdade, mas um dia é certeza que volto. O post de ano novo? Só na próxima virada, afinal essa merda tem todo ano mesmo e é sempre a mesma coisa, então no fim deste ano eu escrevo o que penso do ano novo.

Até qualquer outro dia. Se eu não postar nada até o fim do ano, tenha certeza que o post anti-natal e o post anti-ano novo estarão aqui. Se a gente não se vir até as festas de fim de ano, até lá.